Encomenda retida por divergência de NCM: causas, impacto e como resolver
A divergência de NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) é uma das causas mais recorrentes para retenção de mercadorias na alfândega. Esse artigo técnico-prático mostra por que a classificação fiscal importa, como identificar e corrigir divergências, quais documentos apresentar, prazos comuns e soluções operacionais para recuperar sua carga com o mínimo de custo.
Por que a NCM gera retenção
A NCM determina tratamento tributário e controles administrativos. Se a descrição ou código fiscal informado não corresponder ao conteúdo físico do produto, a fiscalização pode entender que houve subfaturamento, classificação indevida ou até tentativa de fraude, e reter a mercadoria para inspeção documental ou física.
Como identificar a divergência
- Verifique a descrição na invoice e no packing list; NCM genérica ou vaga é sinal de risco.
- Compare especificações técnicas (material, uso, composição) com a NCM declarada.
- Checagem cruzada: notas fiscais anteriores e banco de dados do fabricante podem confirmar a classificação correta.
Documentos fundamentais para correção
Invoice / Fatura Comercial | Descrição detalhada; valor unitário e total |
Packing List | Quantidade, peso, unidades de embalagem |
Certificados Técnicos / MSDS | Especificações que comprovam composição e uso |
Catálogo ou especificação do fabricante | Ajuda a confirmar classificação correta |
Procuração ao despachante | Autoriza representação para retificar processos |
Passo a passo prático para liberação
- Solicite o comunicado formal da transportadora/receita com o código de retenção;
- Reúna toda a documentação técnica e provas de classificação;
- Contrate um despachante com experiência técnica para protocolar a retificação de NCM ou pedido de reclassificação;
- Quando necessário, emita laudo técnico especializado que comprove a natureza do produto;
- Se a divergência for simples (erro de digitação), peça retificação administrativa e liberação imediata.
Custos e prazos
Custos dependem do tipo de intervenção:
- Honorários de despachante e custos administrativos;
- Laudos e análises técnicas (quando exigidos);
- Tributos incidentes caso haja ajuste de classificação;
- Armazenagem e movimentação enquanto aguarda a liberação.
Prazos: processos simples de retificação podem ser resolvidos em poucos dias úteis; análises técnicas ou fiscalizações físicas podem estender para semanas.
Casos complexos e alternativas
Se a reclassificação não for possível ou o custo tornar a operação inviável, considere:
- Devolução ao remetente (reexportação);
- Destinação a regime aduaneiro especial (quando aplicável);
- Negociação com o fornecedor para alteração futura de documentação e prevenção de novos incidentes.
Boas práticas para evitar retenções
- Padronize descrições detalhadas e técnicas nas invoices;
- Validar NCM junto a consultoria tributária antes do embarque;
- Manter um repositório de fichas técnicas e laudos com fácil acesso;
- Usar despachantes qualificados e com histórico em seu tipo de produto.
Perguntas frequentes (FAQ)
- Posso retificar a NCM depois da chegada da mercadoria?
- Sim — há procedimentos administrativos para retificação; entretanto, quanto mais cedo você agir, menores serão custos de armazenagem e risco de autuação.
- Quem paga tributo adicional se a NCM for alterada para alíquota maior?
- O importador é responsável pelos tributos apurados. Em casos de erro do vendedor, recomenda-se negociar reembolso ou ressarcimento.
- Quando é necessário um laudo técnico?
- Quando a classificação depender de propriedades técnicas (composição, função, potência) que precisem ser demonstradas por testes ou análises formais.
Como a Transmazzotta atua
Nossa equipe realiza análise prévia de documentação, revisão de NCM, emissão de instruções técnicas para fornecedores, representação perante autoridades aduaneiras e coordenação de laudos. Oferecemos diagnóstico rápido para avaliar custo-benefício da regularização versus outras destinações logísticas.
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